Apesar de ostentar o título de segundo Legislativo mais rico da Região Metropolitana de Campinas (RMC), a Câmara Municipal de Paulínia enfrenta um cenário de aparente falta de planejamento.
As sessões deliberativas estão sendo conduzidas com o painel eletrônico – equipamento destinado ao registro de votos, identificação dos votantes, divulgação dos resultados das votações eletrônicas e controle de frequência dos parlamentares – desligado.
A razão para essa inoperância, conforme apuramos, estaria na alegada incompatibilidade do sistema com o aumento no número de vereadores, que passou de 15 para 17. Decorridos cinco meses desde que assumiu a presidência da Casa, o vereador Pedro Bernades (DC) ainda não teria resolvido o problema.
Essa inércia impõe um retorno a métodos arcaicos de votação, nos quais a manifestação de concordância se dá permanecendo sentado, enquanto oposição se expressa levantando-se.

A situação se agrava com relatos de funcionários da Câmara, que preferiram o anonimato por receio de retaliações, sobre a escassez de materiais diversos nos departamentos e gabinetes sob a gestão da presidência de Pedro Bernardes.
As alegações vão desde a falta de suprimentos de informática até itens básicos como papel higiênico e copos descartáveis.
Uma suposta falta de planejamento no abastecimento é apontada como a causa primordial dos problemas, contrastando com a robustez financeira da Câmara de Paulínia, a segunda mais rica da RMC.
Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Câmara para comentar as questões levantadas.
Nota da Câmara
Em nota, a Câmara informou que o atual sistema de painel eletrônico da Câmara de Paulínia é programado para apenas 15 vereadores. Por se tratar de um sistema antigo e com contrato já extinto para manutenção, seria necessário adquirir uma nova licença para a inclusão de 2 novos canais de votação e presença.
Disse que a Presidência avaliou, em consulta com setores técnicos da Casa, já nos primeiros dias de gestão, que seria mais vantajoso modernizar todo o sistema de votação legislativa.
Ressaltou que não se trata apenas de comprar novo painel, e sim adquirir ferramenta integrada, envolvendo operação de áudio, vídeo e registro de atividades legislativas. Durante esse período, foram feitos estudos comparativos, análises orçamentárias e inclusive visitas técnicas a outras Câmaras Municipais para encontrar um modelo adequado e eficiente.
Informou que basta uma consulta ao Planejamento Estratégico 2025-2026 (https://www.camarapaulinia.sp.gov.br/metas-e-prioridades/) para verificar que essa é uma meta relevante da atual administração, com prazo estimado para julho de 2025. O processo envolve vários departamentos internos e está em andamento.
Disse ainda que, de forma temporária, a sessão ocorre sem o uso de sistema eletrônico, porém toda a tramitação é coordenada pelo competente Departamento Legislativo. O andamento de todas as proposituras é público e disponível para acesso (https://paulinia.siscam.com.br/index/78/8), sem prejudicar a transparência da instituição.
Por fim, sobre a suposta falta de materiais, a Presidência considera inverídica a afirmação de que exista ausência de abastecimento em itens básicos.