A psicóloga clínica e arteterapeuta Júlia Gomes apresentou a convidados, neste mês de abril, seu primeiro livro “Saudade: Caderno Terapêutico”. A noite de autógrafos e o coquetel de lançamento aconteceram na Casa Primavera Home Decor, no Jardim América, em Paulínia.
A publicação tem o propósito de acompanhar e acolher aqueles que enfrentam o caminho do luto, por isso foi idealizada em formato de um caderno, servindo como instrumento para ajudar leitores que passam por esse momento delicado a revisitar memórias, integrar sentimentos e construir novos significados a partir da dor da perda.
“Vai além de um simples registro de lembranças. Este caderno é um espaço de reconexão, um companheiro que respeita o seu ritmo e propicia atividades que auxiliam a transformar a dor em cuidado e amor”, explica Júlia Gomes.


O livro foi estruturado para funcionar como um caderno terapêutico realmente, onde cada página convida o leitor a revisitar memórias significativas, acolher emoções e integrar sentimentos à vida cotidiana, por meio de atividades simbólicas e artísticas.
A ideia é que os leitores criem seus próprios rituais de despedida e reconexão, possibilitando uma nova forma de manter vivos os legados e os vínculos afetivos com aqueles que se foram. A proposta se inspira no método do Ritual da Saudade, desenvolvido pela autora, que orienta o leitor a olhar para a própria história com acolhimento e a ressignificar o luto, seja ele decorrente da perda de um ente querido, de um animal de estimação ou mesmo de momentos significativos que deixaram marcas na vida.
“O livro nasceu da minha vivência pessoal e profissional com o luto e tem o desejo sincero de criar um espaço para nos reconectarmos com aqueles que estão ausentes, convidando o leitor a transformar a experiência do luto em um caminho de amor, autoconhecimento e cura, demonstrando que, mesmo na ausência, o afeto e a lembrança permanecem vivos ”, expressa a autora, reafirmando seu compromisso em oferecer um instrumento que valorize a singularidade de cada história e a importância de honrar as memórias.

A trajetória da psicóloga clínica e arteterapeuta Júlia Gomes começou com estudos em psico-oncologia e cuidados paliativos, mas ela conta que foi na experiência da maternidade que compreendeu a profundidade dos lutos não reconhecidos. “Essa percepção se tornou ainda mais clara quando uma mãe me procurou, pedindo um espaço para vivenciar a perda de seu segundo filho. Esse pedido transformou meu caminho. Desde então, me dedico a criar espaços onde a dor possa ser sentida, reconhecida e validada”, ressalta.
A autora ainda é fundadora da Abaiomi, iniciativa que busca mudar a forma como acolhemos o luto, e em 2019 fundou o primeiro grupo de mães enlutadas em Paulínia. A partir deste trabalho, vem atuando pelo movimento de humanização do luto no Brasil, participando ativamente na implementação da Lei da Semana de Sensibilização à Perda Gestacional e Neonatal em Paulínia, em 2021, e da Lei Rafael, em Jaguariúna, em 2023, que garantem leitos hospitalares para mães enlutadas.
Júlia Gomes é pós-graduada em arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae, com formações em psico-oncologia, cuidados paliativos, Tanatologia, Psicologia do Puerpério, Psicologia Perinatal e Parental, comunicação de más notícias, lutos não reconhecidos e humanização do luto gestacional, perinatal e neonatal. “Meu trabalho é construir pontes entre memória e presença, entre dor e amor, ressignificando a saudade e dando voz aos lutos que tantas vezes ficam silenciados”, finaliza.
Fotos: Crédito | Luminascer

Livro “Saudade: Caderno Terapêutico”
Como adquirir: https://juliagomespsicologa.com.br/saudade
Mais informações sobre a autora: @juliagomespsicologa