Moradores do Recanto do Lago são contra obra na lagoa do Santa Terezinha e dizem que não foram consultados pela Prefeitura

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Esta semana, vários moradores do bairro Recanto do Lago, em Paulínia, procuraram nossa reportagem para declarar seu posicionamento contrário à obra de desassoreamento na lagoa do Santa Terezinha, que prevê a retirada de toda a água com a secagem da lagoa sem um destino definido para os animais.

A maioria dessas pessoas que moraram ou possuem imóveis a beira da lagoa, disseram que não foram consultadas pela Prefeitura de Paulínia para a obra ser realizada, uma vez, que metade da lagoa pertence aos moradores, algo que inclusive consta no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pago pelos munícipes e nas matrículas dos imóveis.
Portanto, metade da lagoa é pública e a outra, pertence aos moradores, por isso, no entendimento deles, a Prefeitura deveria ter consultado os proprietários antes de decidir fazer qualquer obra no local, afinal, trata-se de uma área mista e não 100% pública.
Para você, leitor, entender, a Prefeitura planeja gastar mais de R$ 17 milhões no desassoreamento da lagoa do Parque das Flores no Jardim Primavera e n lagoa do Santa Terezinha. A obra no Parque das Flores já começou, enquanto a do Santa Terezinha, a previsão é que comece esta semana.
Os moradores dizem serem contra como a obra foi planejada e será executada, com a retirada total da água da lagoa, igual ao feito no Parque das Flores; algo que, na opinião deles, acabaria com a vida animal na lagoa do Santa Terezinha, como ocorreu no Parque das Flores. Nossa reportagem chegou a questionar a Prefeitura sobre o que teria acontecido com os animais que viviam no Parque das Flores, mas não teve retorno.
Até por isso, os moradores no entorno da lagoa do Santa Terezinha não querem a obra. “Aqui temos vários tipos de animais como peixes, aves e até jacaré, se secarem a lagoa, vão todos morrer ou desaparecer como aconteceu no Parque das Flores, é um descaso dessa atual gestão que não aceitaremos!”, disse uma moradora.
Os moradores deixaram claro que não são contra melhorias no local, mas que antes, a Prefeitura precisa realizar audiências públicas para explicar suas intenções e discutir como a obra será realizada. Até porque, como já dissemos, trata-se de uma lagoa onde parte dela é particular, portanto, o poder público não pode ir fazendo o que bem entende.
“Havíamos pedido a limpeza da lagoa, não essa grande obra de desassoreamento com um método usado que não aceitamos e que vai colocar em risco a vida dos animais e da própria existência da lagoa, e pior, feito tudo de forma arbitrária por essa gestão, sem diálogo com os moradores que também são donos da lagoa”, disse um morador.
Os munícipes disseram que já fizeram denúncia ao Ministério Público Ambiental e que somente após isso, conseguiram falar com o atual secretário de meio ambiente de Paulínia, Leonardo Viu Torres.
Reunião que os moradores classificaram como desagradável pela forma arrogante e impositiva com que agiu o secretário. Segundo eles, Leonardo Viu não soube explicar o que seria dos animais com o esvaziamento da lagoa, mostrou desconhecimento da nascente que alimenta o local e teria dito não haver licença ambiental para realizar a obra.
Por fim, os moradores disseram que, se realmente existe a necessidade de desassoreamento, que este trabalho seja feito com métodos utilizados no mercado, onde não é necessário o esvaziamento total da lagoa e assim a vida dos animais será preservada. E que antes de a Prefeitura fazer algo, haja reuniões com a comunidade para que todos possam opinar, entender e aprovar ou não o projeto; afinal, como já dissemos, metade da lagoa é propriedade particular.
Tentamos contato com a Prefeitura de Paulínia para saber sobre a situação, mas não conseguimos.