Cazellato não prioriza a área social e os mais carentes são os que mais sofrem em Paulínia

A pouco mais de quatro meses de deixar o comando da Prefeitura de Paulínia, a gestão Du Cazellato deixará um triste legado de ter sido a administração que menos investiu na área social do município nos últimos anos. Quem diz isso é a população, por meio de relatos em redes sociais, grupos de WhatsApp e entrevistas para os meios de comunicação.

A falta de olhar de Cazellato para o social atingiu diretamente os que mais precisam. Os mais carentes e a classe trabalhadora nunca foram alvo da atual administração durante estes cinco anos que está no comando do município.

A falta de gestão em áreas como saúde, habitação e promoção social criaram um abismo social de classes na cidade, principalmente com o aumento desenfreado de condomínios de alto padrão promovido pela atual gestão Cazellato. Algo que gerou até apelidos ao prefeito como: “Du Condomínio” e “Prefeito Elitista”.

O PAS (Programa de Ação Social) teria sido deixado de lado pela gestão Cazellato. O programa teria virado algo burocrático e pouco abrangente, além de ser utilizado por políticos, como moeda de troca por votos, segundo relatos de munícipes. Os reflexos dessa situação se escancaram cada vez mais em Paulínia.

➡️ Du Cazellato não construiu nenhuma casa para a população

Há cinco anos como prefeito, Du Cazellato não construir nenhum conjunto habitacional de moradias populares para a população. Enquanto isso, cerca de 4.500 paulinenses (dados da Secretaria Municipal de Habitação) esperam na fila por uma habitação popular na cidade. Lembrando que o último programa habitacional entregue em Paulínia foi o residencial Vida Nova em 2014.

O desinteresse da gestão Cazellato em políticas habitacionais reflete nos números. A Secretaria de Habitação, este ano, foi a que menos teve recursos destinados do orçamento bilionário de R$ 2,5 bilhões. Apenas cerca de R$ 3,8 milhões, sendo que para a implantação de projetos de construção de casas populares, foram destinados pouco mais de R$ 1,3 milhão.

Ou seja, menos que o município planeja gastar este ano, cerca de R$ 10 milhões, com a contratação de empresas especializadas em locação e recreação para eventos da Secretaria de Esportes, Cultura, Turismo e Eventos.

➡️ ️Aumento de pessoas vivendo em situação de rua

Os moradores de Paulínia notam o aumento de pessoas em situação de rua pela cidade. Em vários pontos do município, é possível ver pessoas vivendo em condições precárias em praças, espaços públicos e até em acampamentos improvisados.

Na ponte sobre o Rio Atibaia, por exemplo, nossa reportagem flagrou pessoas vivendo sob a estrutura do local. Na região central, em várias ruas e avenidas, é possível ver pessoas vivendo em situação de rua. Em um estacionamento público da Praça do Bombeiro, por exemplo, um casal vive em uma guarita abandonada. No estacionamento do Hospital Municipal de Paulínia (HMP) há várias pessoas dormindo nas proximidades dia e noite. Até um acampamento sem-teto foi montado em uma praça na Avenida Ferdinando Viacava, no João Aranha.

Segundo o especialista na área Giovani Assunção, ouvido pela nossa reportagem, a Prefeitura de Paulínia precisa promover políticas públicas que promovam o retorno dessas pessoas para a sociedade; algo que, segundo ele, não está sendo feito.

➡️ Cazellato ignora a situação de pessoas carentes nas ocupações

Barracos feitos com restos de madeira e papelão, casas de alvenaria em condições precárias, falta de energia elétrica, dificuldade de acesso à água e esgoto, animais peçonhentos e dificuldade de acesso a programas sociais. Estes são alguns dos desafios que 32 famílias paulinenses enfrentam diariamente na ocupação Bezerra de Menezes (antiga clínica), localizada na região do Parque da Represa, em Paulínia.

As famílias da ocupação alegam que o prefeito Du Cazellato nunca foi até o local para ouvir os moradores e que a atual secretária de Promoção Social, Rita Coelho, apareceu apenas uma vez. Os moradores da ocupação dizem que só querem uma solução. “Vivemos há anos nesta situação, não dá mais, precisamos de uma solução. Aqui é uma área pública ocupada por pessoas simples e trabalhadoras, só queremos viver em paz e com dignidade”, desabafou um morador.

No bairro Nova Veneza, outra ocupação esquecida pela gestão Cazellato. No local, a Prefeitura planeja dar início à construção de uma nova escola, com isso as famílias que lá vivem precisarão desocupar a área sem ter para onde ir. No local moram crianças, idosos e pessoas em tratamento oncológico, além de vários animais de estimação.

“Há pessoas vivendo aqui há mais de 15 anos. Se tirarem a gente daqui, esperamos que nos digam para onde podemos ir, porque estamos aqui por necessidade de uma moradia. Ninguém aqui tem condições de pagar aluguel ou comprar uma casa aqui em Paulínia, é tudo muito caro, e a maioria aqui está desempregado ou vive de bicos”, disse um morador à nossa equipe.

No bairro Bom Retiro, outra área ocupada também sofre com o descaso da atual administração. “Nunca alguém da Prefeitura veio aqui para falarmos em melhorias aqui para a rua; enquanto isso, vivemos desse jeito aí, nesta situação. Aqui ainda é Paulínia, mas o prefeito finge que não é”, disse um morador.

➡️ Falta de remédios gratuitos atinge diretamente os mais carentes

Muitos paulinenses que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde), para conseguir medicamentos gratuitos, reclamam que vários deles estão em falta nas farmácias da rede pública de saúde de Paulínia. Com isso, os que mais sofrem são os que mais precisam, pois estes não têm condições de comprar o medicamento.

Centenas de reclamações vêm sendo postadas nas redes sociais e grupos de WhatsApp, de munícipes que alegam não terem conseguido pegar os remédios de que precisam; em sua maioria, quase sempre pelo mesmo motivo: “os medicamentos estão em falta”. Vale lembrar que a falta de medicamentos gratuitos já se tornou um problema crônico que a gestão Du Cazellato não consegue resolver.

Isso porque o Diário já noticiou ao longo dos últimos anos a falta de vários tipos de medicamentos na rede pública, que vão desde mais simples, como vitaminas e para controle de temperatura, aos mais complexos, como para o controle de diabete, esquizofrenia e TDAH.