CAOS NA SAÚDE: Secretário reclama que TCE rejeita as contas da saúde até por causa de um descascadinho na parede
No último dia 29, durante reunião do Conselho Municipal de Saúde, uma munícipe questionou o atual secretário de saúde de Paulínia, Alexandre de Camargo Brandit, sobre os apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE); em relação aos problemas na saúde do município que contribuíram para que o TCE reprovasse as contas do prefeito Du Cazellato, dos exercícios financeiros de 2019, 20 e 21 (2022 e 23 ainda serão julgadas).
Ocorre que a resposta do atual secretário para a munícipe teve de tudo. Ele culpou a instabilidade política e a pandemia para justificar a reprovação das contas pelo TCE e depois a aprovação dos vereadores na Câmara (no caso, as de 2019 e 2020). Ato que a população classificou nas redes sociais como algo que “acabou em pizza”; já que o Legislativo não acatou a decisão do TCE.
Brandit disse ter dificuldade em entender as métricas usadas pelo TCE para fazer as avaliações. “[......e tudo que você está fazendo para resolver o problema é desconsiderado por causa de um restinho de papel que ficou no canto da sala…] disse o secretário, que ainda completou: “A unidade básica de saúde, a ambiência das nossas unidades, a ambiência do nosso hospital, melhorou muito, e não tem uma visita do Tribunal, que ele não aponta um descascadinho na parede”.
O secretário disse ainda que não dá para corrigir tudo da noite para o dia, em um passe de mágica, chegando a dizer: “O TCE tem a interpretação de que a gente tem a varinha de condão, eu acho, pode ser, não sei”. Afirmou isso mesmo a atual administração estando há cinco anos no poder.
As principais falhas apontadas pelo TCE na gestão da saúde pública de Paulínia, que levaram à reprovação das contas do prefeito Du Cazellato, vão além de um “descascadinho na parede”, como disse o secretário.
Conforme os pareceres do TCE, foram identificadas diversas deficiências na gestão municipal na área da saúde que prejudicam a vida da população, como longas e demoradas filas por consultas com especialistas e a realização de exames e cirurgias.
Foram apontados também problemas como concessão de Reajuste Geral Anual por decreto, mesmo em período pandêmico, o que foi considerado uma prática vedada pela legislação; pagamento excessivo de horas extras e baixa qualidade dos gastos públicos.
Além disso, centenas de reclamações vêm sendo postadas nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, de munícipes que alegam não terem conseguido pegar os remédios de que precisam, gratuitamente, nas farmácias das UBSs. Na maioria, quase sempre pelo mesmo motivo, são informados que os medicamentos estão em falta.
Segundo a população, faltam desde medicamentos simples, como vitaminas e para controle de pressão arterial, aos mais complexos, como para o controle de diabete e esquizofrenia.
