Campeonatos de pipas que vêm sendo realizados aos finais de semana na praça do São José 2, em Paulínia, têm tirado o sossego dos moradores que procuraram nossa reportagem para relatar os problemas que esses eventos organizados pelas redes sociais estão causando.
Outro reclama da sujeira deixada pelos frequentadores. “No dia seguinte, a porta de casa está uma imundice, temos sempre que ficar limpando o lixo deixado por essas pessoas”, disse um morador que não quis ser identificado.
Além disso, alguns moradores disseram que muitos dos frequentadores, muitos até de fora da cidade, utilizam cerol ou linha chilena na linha, o que é proibido no estado, e ainda invadem terrenos e residências para pagar pipas em queda.
“Para pegar a pipa que está caindo, eles invadem quintais e sobem até nos telhados, na cara dura! Pior que, se você falar alguma coisa, ainda é ameaçado por essas pessoas. As crianças não podem frequentar a praça devido ao uso do cerol, o que adianta ter praça e não poder usá-la? Isso virou um verdadeiro inferno e a Prefeitura não faz nada, não fiscaliza nem manda a GCM acabar com esse absurdo”, disse o aposentado Luis Dias.
Lembrando que o uso do cerol traz riscos não só a quem empina pipa, mas também a pedestres e motociclistas. Essa mistura pode causar rupturas dos tendões e nervos das mãos, e levar até à amputação de dedos para quem brinca; já para os pedestres e motociclistas, o uso do cerol na linha pode ser mortal.
Inclusive, há uma Lei Municipal em Paulínia, a n.º 2454, de 17 de abril de 2001, que proíbe o uso de cerol ou substâncias cortantes nas linhas de empinar papagaios, pipas e similares; que prevê como punição para quem a infringir, a apreensão e destruição de pipas e linhas com cerol.
Entramos em contato com a Prefeitura de Paulínia para falar sobre esses eventos que ocorrem em solo público e sobre a atuação da GCM, mas até o momento não tivemos retorno.