Ação Popular pede que obras e vendas de novo loteamento em Paulínia sejam suspensas

 


Na última segunda-feira, 06, um munícipe, através de seu advogado, Dr. Arthur Augusto Campos Freire, distribuiu uma Ação Popular contra o prefeito Du Cazellato e as empresas Gencons Empreendimentos, Crear Empreendimentos, entre outros; pedindo liminarmente a suspensão do decreto que autorizou as obras de implantação e venda do loteamento denominado Residencial Mont Blanc, em Paulínia.

Na inicial da Ação Popular (Processo n.º 1002760-42.2024.8.26.0428) o munícipe alega que o Residencial Mont Blanc não deveria ter sido aprovado pelo Prefeito Du Cazellato, pois, segundo ele, não foi apresentado o Estudo de Impacto de Vizinhança do mesmo (como exige a legislação municipal e federal).

O autor da Ação também alega que a implantação desse empreendimento não teria sido apreciada pelas Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Planejamento e Segurança Pública, bem como a referida aprovação não teria contado com a análise da Procuradoria Geral do Município de Paulínia.

Além disso, o advogado do munícipe aponta que, por serem da mesma região, a aprovação do Mont Blanc deveria também ter sido apreciada de forma conjunta com as aprovações de dois outros empreendimentos na região, pois, segundo ele, os três empreendimentos afetarão a mesma região de Paulínia.

“Não existem creches, escolas, postos de saúde e hospitais para suprir as necessidades dos possíveis novos moradores; tais empreendimentos deveriam ter sido apreciados de forma conjunta e não isolada, como feita pelo município de Paulínia”, alegou Freire.

Para comprovar suas alegações, o munícipe disse que apresentou documento de lavra do atual secretário municipal de Saúde de Paulínia, Alexandre Camargo Brandt, datado de 04/03/2024, onde consta que “...em relação as novas demandas oriundas dos empreendimentos cujos projetos vêm sendo aprovados pela Administração Municipal, em verdade, se revela impossível dimensioná-la, com exatidão, neste momento, mesmo porque as edificações imobiliárias somente se darão a partir de 2025. Nessa toada, impossível, também, qualquer estudo prévio acerca da demanda de novos munícipes que farão uso do sistema municipal de saúde.”

Ou seja, segundo o munícipe, Alexandre Camargo Brandt, afirma que a aprovação do Mont Blanc como também dos demais empreendimentos imobiliários em Paulínia se deu no “escuro”, sem qualquer estudo técnico prévio por parte da Secretaria Municipal de Saúde.

Por fim, o autor da Ação Popular alega que no Estudo de Impacto de Vizinhança, esta gigantesca demanda que será acrescida deverá estar dimensionada: Previamente (Estatuto da Cidade, art. 37, incs. I e II), mas que o Estudo de Impacto de Vizinhança do Mont Blanc não foi elaborado.

“Como não dimensionada, a consequência previsível é clara: o sistema de saúde da cidade não tem condições de atender à demanda de pessoas criada pela aprovação do Mont Blanc. Pontuando-se que o prefeito Du Cazellato que somente nos últimos quatro anos, aprovou mais de 50 novos empreendimentos imobiliários nesta cidade, sem que fosse utilizado qualquer critério técnico e legal para isso”, afirma Freire.

Caso a liminar pleiteada for concedida pelo Poder Judiciário, tanto a implantação como as vendas terão que ser suspensas pelo Mont Blanc.

Entramos em contato com a Prefeitura de Paulínia para falar sobre o assunto, incluindo a citação do secretário de saúde e o prefeito, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.

Também procuramos a empresa Gencons Empreendimentos, que por nota informou que não tem nada a declarar neste momento, pois ainda não foi notificada sobre o tema.

A Crear Empreendimentos disse por meio de mensagem: “Não estamos sabendo dessa liminar, não recebemos oficial de justiça. Não recebemos nenhuma citação. Portanto, não podemos nos pronunciar por algo que não sabemos do que se trata. O empreendimento está aprovado, atendeu todas as obrigações legais, passamos por todos os ritos de aprovação”.