Prefeitura divulga data da segunda Audiência Pública sobre a concessão do Theatro Municipal para a iniciativa privada
A Prefeitura de Paulínia publicou no Diário Oficial do último dia 26, a data da segunda Audiência Pública sobre a concessão do Theatro Municipal de Paulínia para a iniciativa privada. A sessão acontece no dia 10 de maio de 2024, a partir das 18 horas, no Paço Municipal, na sala de imprensa “Auditório Carlos Tontolli”, localizado na Avenida Prefeito José Lozano de Araújo, 1551.
A ideia da Prefeitura é ceder, por 20 anos, para a iniciativa privada, a exploração do Teatro e o entorno, com a realização de eventos e cobrança de estacionamento. O projeto vem sofrendo críticas de parte da população, que não concorda em entregar o maior patrimônio cultural de Paulínia, que custou mais de R$ 50 milhões, para a iniciativa privada.
Lembrando que quando a atual gestão do prefeito Du Cazellato assumiu a Prefeitura, o Teatro estava em pleno funcionamento; mas foi fechado por Du Cazellato em 2020, sob alegação de problemas estruturais. Desde então, o local encontra-se em estado de abandono e já foi alvo de furtos e vandalismo (
confira o vídeo da parte externa do Teatro).

A Prefeitura disponibilizou links sobre os estudos técnicos para consulta no site da Prefeitura, mas não a Ata da primeira audiência, que, por sinal, foi marcada por muitos protestos e posicionamentos contrários à concessão.
Os munícipes apresentaram diversos argumentos que culminaram todos pela reprovação da ideia de tirar do poder público e transferir para a iniciativa privada, a gestão do Teatro.
Muitas críticas foram feitas, entre elas: o tempo de concessão, 20 anos, que seria muito tempo; a falta de diálogo com a população sobre a concessão, em especial com a classe artística da cidade; a elitização do teatro com ingressos a preços inacessíveis, desfavorecendo a cultura popular e o acesso dos mais carentes; a cobrança pelo uso do estacionamento e do entorno; a restrição de uso do local pelos grupos de dança, escolas e oficinas de cultura do município; além da possibilidade do nome do Teatro (Paulo Gracindo) ser mudado mediante naming rights.
No entendimento de alguns participantes que pediram a palavra, a cidade de Paulínia possui recursos e servidores públicos suficientes, para manter o Teatro em pleno funcionamento; vendo como algo desnecessário e oportunista da gestão Du Cazellato, entregar nas mãos da iniciativa privada, esse bem público que custou mais de R$ 50 milhões e já foi um dos principais teatros do Brasil.
Vale lembrar que a suposta falta de diálogo com a população sobre a concessão não foi só abordada na audiência, como também foi alvo de denúncia no Ministério Público de Paulínia.