Enquanto o prefeito Du Cazellato inaugura o Departamento do Bem-Estar Animal (DPBEA), que custará mais de R$ 8 milhões por ano aos cofres públicos, boa parte da população de Paulínia se pergunta: mas e o bem-estar das pessoas? Isso porque não é novidade para ninguém que a saúde pública da cidade está um caos.
O valor da obra de construção da sede do DPBEA foi de pouco mais de R$ 3 milhões. Já todo o serviço de administração do Departamento ficará a cargo de uma empresa terceirizada, a Clínica Veterinária Ricardo Ltda., que venceu o pregão presencial n.º 6/2023 pelo valor de R$ 8.196.910,12, para atuar por 12 meses.
Ocorre que este valor, é quase duas vezes o valor estimado pela própria Prefeitura, cerca de R$ 4,7 milhões, para reformar o Theatro Municipal de Paulínia e fazê-lo voltar a funcionar, como explicado em audiência pública; lembrando que até o momento o projeto de concessão não foi disponibilizado para consulta pública pela Prefeitura.
Ou seja, a gestão Du Cazellato quer conceder o Teatro à iniciativa privada, para “reduzir custos” e “promover economia aos cofres públicos”, como foi dito; mas vai gastar R$ 8 milhões por ano com o novo departamento.
Nas ruas, não foi difícil encontrar paulinenses descontentes em saber que a gestão Cazellato gastará R$ 8 milhões com novo departamento; enquanto faltam remédios gratuitos para a população nas farmácias dos postos de saúde e pessoas esperando meses por consultas com especialistas e exames, e até anos por cirurgias.
“É claro que os animais merecem ser cuidados, mas um valor desse, com a saúde da cidade no buraco? Aí não, né! Poderiam fazer parcerias com as clínicas veterinárias da cidade para ficar mais barato. Acredito que em Paulínia, o problema não seja dinheiro, mas sim gestão ruim”, explica o analista Diogo Soares.
Na verdade, atualmente, dinheiro pode não ser problema para a Prefeitura, mas no futuro será. Isso porque, com a Reforma Tributária batendo à porta, a previsão é que, após sua implantação, Paulínia seja diretamente atingida, com previsão de perda de receitas ao longo dos anos que pode chegar a R$ 1 bilhão. Algo que, como pode ser notado, não é discutido, nem parece preocupar a atual Administração, que continua com uma máquina pública inchada e gastando como se não houvesse amanhã.
Voltando sobre a DPBEA, a fala do paulinense faz sentido, afinal, em consulta ao CNPJ da clínica que tocará o novo departamento, descobrimos que a mesma tem sede na cidade de Mairinque/SP; portanto, como disse o munícipe, não seria melhor ter feito parcerias com as clínicas veterinárias de Paulínia, para prestar os serviços à população?
Lembrando que o atendimento no DPBEA não será para todos. Isso porque, conforme o Termo de Referência, “A SEDDEMA (Secretaria de Defesa e Desenvolvimento do Meio Ambiente), junto com a contratada (clínica), irá decidir os critérios de prioridade no atendimento, respeitando a legislação pertinente e quais munícipes poderão ter acesso ao serviço, dependendo da renda familiar.”