Investigados são absolvidos por suposto esquema de tentativa de extorsão a ex-prefeito de Paulínia

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A Justiça Federal em Campinas (SP) absolveu o delegado aposentado da Polícia Federal de São Paulo Mário Menin Júnior e mais dois empresários que foram investigados e chegaram a ser presos em outubro de 2017 suspeitos de participação em suposto esquema de tentativa de extorsão ao ex-prefeito de Paulínia Dixon Carvalho. 

A sentença da 9ª Vara Federal é de 7 de junho, o trio já estava respondendo ao processo em liberdade, mas ainda cabe recurso ao Ministério Público Federal (MPF). 

Na decisão, a juíza Valdirene Ribeiro de Souza Falcão destacou que as absolvições de Menin e de mais dois investigados ocorreram por falta de provas nos delitos indicados pela promotoria de Justiça. Em contrapartida, diz a sentença, um homem que não era integrante da PF, mas "agiu como membro efetivo", chegou a a apontar supostas operações policiais e ainda afirmou que Menin era sócio em negócios, foi condenado a seis anos e nove meses de prisão pelo crime de tráfico de influência. 

O acusado pode recorrer da pena junto à segunda instância em liberdade, de acordo com a Justiça Federal, e decisão lembra que ele já tinha "longa ficha criminal pelo crime de estelionato". A reportagem do g1 não conseguiu contato com a defesa dele até esta publicação. 

Absolvição do delegado 

Menin Júnior comandou a Delegacia da PF no Aeroporto de Guarulhos, onde se destacou com várias apreensões de drogas, e se tornou assistente direto do Superintendente da PF na capital paulista. Quando o caso veio à tona, ele ainda não estava aposentado. 

"A decisão reconheceu que ele não praticou nenhum ato ilícito", falou a advogada dele ao g1 na tarde deste sábado (10), Suzana Camargo.

O advogado de um dos empresários absolvidos, Alexandre Venturini, explicou que os três respondem ao processo em liberdade desde a concessão de habeas corpus pela Justiça. 

O caso 

À época em que o caso veio à tona, o MPF informou que um dos suspeitos realizou um encontro com o ex-chefe do Executivo e afirmou que teria um dossiê contra ele e que o divulgaria caso Dixon não contratasse empresas deles para serviços hospitalares e sinalização de ruas em Paulínia. 

Na ocasião em que o grupo foi preso, a prefeitura de Paulínia mencionou apenas que Dixon acreditava nos trabalhos da Polícia Federal, mas que não iria se manifestar sobre o assunto.

Por Fernando Pacífico e Kleber Thomaz, g1 Campinas e Região.